Telefone toca olho na bina que informa ser numero fora do país.
Eu: AloAtendente do call center: Eu gostaria de falar com sr. White (com um forte sotaque estrangeiro)
Eu: Ele nao está. Quem gostaria de falar com ele?
ACC: Eu sou fulana de tal e ligo do departamento de crimes internacionais, com quem eu falo?
Eu: Eu sou a esposa dele, em quem posso ajudar?
ACC: Seu marido está envolvido em um crime internacional e ele precisa entrar em contato urgente conosco do departamento de crimes internacionais da California e ele deve pagar uma taxa de US$ 5.000,00 para que o nome dele seja retirado do nosso historico.
Eu: Ok! Antes do meu marido fazer qualquer pagamento eu preciso saber qual é o county que você está ligando e quem é o Sheriff responsável e um telefone que possamos ligar.
ACC: [Gaguejando] Senhora, como informei ele precisa fazer um pagamento de US$ 5.000,00 ... (ela repete toda a informação anterior)
Eu: Querida eu já entendi a necessidade do pagamento, mas, eu preciso falar com o Sheriff do county ou com o supervisor do departamento de crimes internacionais da California.
ACC: [Gaguejando] Senhora eu passarei a ligação para meu supervisor, preciso que a senhora aguarde um momento.
Nessa hora marido chega e me pergunta com quem estou falando, eu explico enquanto espero e ele senta próximo a mim e eu ponho o telefone no viva voz.
Supervisor do call center: [também com sotaque] Mrs. White é um prazer falar com você, como você está hoje?
Eu: Não muito bem, acabei de receber a noticia da sua atendente de que meu marido cometeu um crime internacional e vamos ter que pagar US$ 5.000,00 para "limpar" o histórico dele. Não acredito que alguém que receba esta notícia esteja feliz.
SCC: Sim, infelizmente através de uma investigação foi descoberto que seu marido cometeu um crime internacional, mas [interrompo nessa hora]
Eu: Qual foi o crime que ele cometeu?
SCC: Infelizmente eu não posso fornecer essa informação. (O tom de voz dele muda)
Eu: Eu pedi a atendente com quem falei anteriormente qual é county e o Sheriff responsável que eu possa falar ou o supervisor do departamento de crimes internacionais da California com quem eu deva falar e um número de telefone que eu possa ligar.
SCC: Mrs. White, infelizmente eu não posso fornecer essas informações, tudo tem que ser tratado com o meu pessoal, com a pessoa que ligou para você ou comigo mesmo.
Eu: Qual é o seu nome mesmo?
SCC: Fulano de tal. (ele já alterado)
Eu: Ok, senhor fulando de tal, vamos supor que eu queira fazer o pagamento nesse exato momento, a quem eu deva remeter o cheque?
SCC: Senhora White infelizmente nós não podemos aceitar cheques, mas... [interrompo]
Eu: Sério? Acredito que você queira os dados da minha conta bancária...
SCC: Senhora White, essa é a única maneira que podemos receber pagamentos.
Eu: Claro, querido, não só receber pagamentos, mas, fazer uma limpeza na minha conta.
SCC: Não entendi o que a senhora quis dizer com isso?!
Eu: Vou ser muito clara com você: o meu marido é um policial, portanto sei que se ele tivesse cometido um crime ele teria sido notificado e claro afastado de suas funções trabalhistas, e tuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuhhhhhhhhhhhhhhhh
misteriosamente a ligação cai...
Meu marido a essa hora está quase fazendo xixi de tanto rir, me dizendo que eu deveria trabalhar como investigadora.
Acredito que mesmo quem esteja vivendo fora do Brasil por mais de 5 anos tenha ouvido através de algum parente ou amigo dos trotes que muitas pessoas recebiam dizendo que um familiar havia sido sequestrado, ou que era do programa do Silvio Santos ou mesmo uma promoção da Nestle, da Claro, da Vivo ou do caramba a quatro e que era preciso comprar cartões para celulares pré pagos para participar da falsa promoção. Pois é, aqui também acontece, não sei se é comum, porém, ao pesquisar na internet vi que tem muita gente que recebe ligações como essa que eu descrevi ou que o computador dessas pessoas tem um vírus, etc.
Agora vocês sabem que não é apenas no Brasil que isso acontece...
ACC: Seu marido está envolvido em um crime internacional e ele precisa entrar em contato urgente conosco do departamento de crimes internacionais da California e ele deve pagar uma taxa de US$ 5.000,00 para que o nome dele seja retirado do nosso historico.
Eu: Ok! Antes do meu marido fazer qualquer pagamento eu preciso saber qual é o county que você está ligando e quem é o Sheriff responsável e um telefone que possamos ligar.
ACC: [Gaguejando] Senhora, como informei ele precisa fazer um pagamento de US$ 5.000,00 ... (ela repete toda a informação anterior)
Eu: Querida eu já entendi a necessidade do pagamento, mas, eu preciso falar com o Sheriff do county ou com o supervisor do departamento de crimes internacionais da California.
ACC: [Gaguejando] Senhora eu passarei a ligação para meu supervisor, preciso que a senhora aguarde um momento.
Nessa hora marido chega e me pergunta com quem estou falando, eu explico enquanto espero e ele senta próximo a mim e eu ponho o telefone no viva voz.
Supervisor do call center: [também com sotaque] Mrs. White é um prazer falar com você, como você está hoje?
Eu: Não muito bem, acabei de receber a noticia da sua atendente de que meu marido cometeu um crime internacional e vamos ter que pagar US$ 5.000,00 para "limpar" o histórico dele. Não acredito que alguém que receba esta notícia esteja feliz.
SCC: Sim, infelizmente através de uma investigação foi descoberto que seu marido cometeu um crime internacional, mas [interrompo nessa hora]
Eu: Qual foi o crime que ele cometeu?
SCC: Infelizmente eu não posso fornecer essa informação. (O tom de voz dele muda)
Eu: Eu pedi a atendente com quem falei anteriormente qual é county e o Sheriff responsável que eu possa falar ou o supervisor do departamento de crimes internacionais da California com quem eu deva falar e um número de telefone que eu possa ligar.
SCC: Mrs. White, infelizmente eu não posso fornecer essas informações, tudo tem que ser tratado com o meu pessoal, com a pessoa que ligou para você ou comigo mesmo.
Eu: Qual é o seu nome mesmo?
SCC: Fulano de tal. (ele já alterado)
Eu: Ok, senhor fulando de tal, vamos supor que eu queira fazer o pagamento nesse exato momento, a quem eu deva remeter o cheque?
SCC: Senhora White infelizmente nós não podemos aceitar cheques, mas... [interrompo]
Eu: Sério? Acredito que você queira os dados da minha conta bancária...
SCC: Senhora White, essa é a única maneira que podemos receber pagamentos.
Eu: Claro, querido, não só receber pagamentos, mas, fazer uma limpeza na minha conta.
SCC: Não entendi o que a senhora quis dizer com isso?!
Eu: Vou ser muito clara com você: o meu marido é um policial, portanto sei que se ele tivesse cometido um crime ele teria sido notificado e claro afastado de suas funções trabalhistas, e tuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuhhhhhhhhhhhhhhhh
misteriosamente a ligação cai...
Meu marido a essa hora está quase fazendo xixi de tanto rir, me dizendo que eu deveria trabalhar como investigadora.
Acredito que mesmo quem esteja vivendo fora do Brasil por mais de 5 anos tenha ouvido através de algum parente ou amigo dos trotes que muitas pessoas recebiam dizendo que um familiar havia sido sequestrado, ou que era do programa do Silvio Santos ou mesmo uma promoção da Nestle, da Claro, da Vivo ou do caramba a quatro e que era preciso comprar cartões para celulares pré pagos para participar da falsa promoção. Pois é, aqui também acontece, não sei se é comum, porém, ao pesquisar na internet vi que tem muita gente que recebe ligações como essa que eu descrevi ou que o computador dessas pessoas tem um vírus, etc.
Agora vocês sabem que não é apenas no Brasil que isso acontece...
Que horror! 'Gente ruim tem em tudo que é esquina desse mundo!
ReplyDelete(tou adorando os posts novos no blog)
Mas será que tem idiota que cai numa dessa? É tão óbvio! Você se saiu muito bem dessa. Eu nem teria atendido o telefone. Nunca atendo. hahaha
ReplyDeleteTem gente de tudo que é jeito em todo lugar do mundo! Terrível! Hj em dia não dá pra confiar mais não.
ReplyDeletefez bem tê-los colocado no canto deles.
Bjos
@Lorna, Obrigada!
ReplyDeleteEu nunca deixei esse país me enganar. Pessoas mal intencionadas estão em qualquer lugar.
@Eli, sabe que o pior é que tem gente que cai... É raro eu atender nosso telefone de casa, olha só o que eu atendendo...
@Gisley, chega a ser ridiculo, eu prefiria o tempo em que uma criança ligava e perguntava se na minha casa tinha um passarinho verde... Trote de criança.
Adorei sua resposta! Ri muito rindo :) Nessas horas dá até para se divertir tirando um sarro do palhaço do outro lado da linha, né? Não sabia que esse tipo de trote era comum aqui nos EUA. No Rio teve uma época que meus pais nem atendiam quando a ligação era a cobrar, de tantos trotes que tinham (e sempre ligavam a cobrar...além de burros, os ladrões ainda eram pão duros...)
ReplyDeleteAh, acabei de descobrir seu blog (atraves do blog da Eli) e estou adorando. Vou seguir :)
Beijinhos!
@Helen, seja bem vinda ao blog.
ReplyDeleteNem dá para acreditar que alguém liga na sua casa e diz que voce está envolvido em um crime internacional... Perá lá né?!
Oi, Pipa
ReplyDeleteEntrei aqui ontem por acaso e acabei voltando para ler um pouco mais.
Também dei boas risadas com esse texto.
Até mesmo no Japão, que prima pela honestidade, essa falcatrua andou muito em voga, geralmente voltada para idosos. Era chamado de conto do "ore, ore", porque ao perguntar quem estava falando, no outro lado da linha uma voz tensa dizia "ore, ore", (ore é o "eu" masculino), "sou eu, eu". Daí a conversa entrava na picaretagem de uma dívida com a máfia (ou congênere), e o pedido urgente aos supostos pais para depositarem uma bolada em determinada conta.
Muita gente caía, acreditando que o filho estava numa enrascada, e isso acabou jogando uma luz na distância do relacionamento familiar no país, a ponto de um pai não reconhecer a voz do próprio filho…
Realmente, não é só no Brasil…
Lilian, isso é horrível. Eu não sei dizer quantas pessoas acreditaram nessas ligações aqui nos EUA, mas, no Brasil muitas pessoas idosas foram pegas nesses trotes, o pior é que as ligações eram feitas por presos.
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