Ontem assisti Good Hair, um documentario feito por Chris Rock (Everybody hates Chris) baseado na pergunta da filha dele de 4 anos: "Daddy, how come I don't have a good hair?"
Fonte da imagem: http://blackhairtrend.com/ethnic-hairstyles/ |
Um dos assuntos do documentario e o quanto uma uma mulher negra norte americana gasta com seu cabelo. Uma das entrevistadas fala que chega a gastar $18.000,00 (dolares) por ano em cabelo (isso eh mais do que os dois anos da minha faculdade), e o tal da weave, o famoso alongamento (leia mais nesse blog http://dconheels.blogspot.com/2010/12/hairweaves.html), tah certo que muitas mulheres brancas norte americanas, em sua maioria celebridades tambem tem weaves, mas, quem mais usa essa tecnica de alongamento sao as mulheres negras.
A industria de cabelos para mulheres negras nos EUA movimenta cerca de 9 bilhoes de dolares anualmente, sem comentarios...
Eu comecei a fazer reaxamento no meu cabelo quando eu tinha 11 anos, nao era para alisar, era somente para "domar a fera" do volume. Cheguei a ficar alguns anos sem relaxar o cabelo, mas, sempre fiz algum procedimento quimico, porem, nem de perto chega aos custos de manutencao que uma mulher negra norte americana paga. Existe uma estimativa de que uma mulher negra norte americana pode gastar cerca de ate $50.000,00 (dolares) life time com o cabelo, nao estou falando de celebridades, estou falando daquela mulher como eu, anonima no meio da multidao, celebridade e uma outra historia... Gente, cinquenta mil? Serio? E muito dinheiro! Mas, tudo pela auto estima...
Muita gente pensa que as mulheres negras querem um cabelo parecido com a das mulheres brancas, o que nao e verdade. O que se quer e a facilidade de cuidar desse cabelo, embora, eu acredito que gastar toda essa grana em cabelo nao e la uma facilidade (risos). Essa "facilidade" de cuidar do cabelo foi o que me levou em um determinado periodo da minha vida a ter cabelo liso, passei entao a fazer escova progressiva, escova definitiva, enfim procedimentos que me ajudassem com o meu dia a dia corrido, porque gente quando se viaja o Brasil com a sua diversidade climatica, nao ha cabelo que resista. Lembro de chegar em Aracaju e meu cabelo ficar igual ao da Gal nos anos 70, a franqueada da empresa em que eu trabalhava me falou sobre a cabelereira que cuidava dos cabelos dela e que fazia uma progressiva maravilhosa. Nao pensei duas vezes, chamei a Sandra no hotel e gente depois de feito o procedimento ate o rapaz da recepcao me deu aquele sorriso do tipo levanta a moral! Nem preciso dizer que na minha volta a Aracaju eu a chamei novamente.
Bem, vamos discutir um fato: a liberdade de expressao. Uma das coisas que mais amo nos EUA e a liberdade de expressao, quer dizer, eu amo o fato de poder usar meu cabelo do jeito que eu quero e ninguem falar nada. Aqui e normal ver mulheres negras que vao do 'fro ate o liso japones. No Brasil as coisas nao sao assim, lembro de uma vez um amigo me perguntar o por que eu alisava meus cabelos, Achei que era uma pergunta curiosa de homem, mas, caros e caras colegas nao era. A pergunta veio acompanhada de um sermao sobre manter minha identidade afro descendente... Parei tudo, respirei fundo, e disse: "desde quando no Brasil alguem e de tal ou tal etnia? Um pais que nem o idioma manteve a originalidade, um pais onde a genetica desafia a ciencia em termos de carcteristicas, olha a minha familia: tenho dois irmaos brancos de olhos verdes, outros morenos de olhos castanhos escuros, e todos filhos do mesmo pai e da mesma mae, algo muito comum na familia brasileira. A pessoa vem me dizer que eu preciso manter minhas caracteristicas de afro descendente? E o meu lado branco onde fica? Sou birracial, para defender uma bandeira eu tenho que pisar na outra? Eu tenho orgulho do que sou e nao quero nem ouvir discurso etnico. Quero ouvir solucao para problemas sociais, falta de comida na mesa de muita gente em um pais rural (sim o Brasil e rural, a maior parte da economia vem da agricultura e pecuaria), da falta de educacao porque o governo comeca ano e termina ano nao se ve nenhuma escola ser construida, mas, um monte de crianca ser amontoadas na sala de aula (pergunta pra minha irma como e dar aula para 45 alunos), quero solucao para o pobre que morre na fila do SUS... Para isso e que se deve levantar bandeira, pobreza nao tem cor nem etnia. Sim devemos manter nossa historia, mas, isso nao pode se sobrepor o que e necessidade. Etnia no Brasil meu querido so se for a multiracial!" Tudo isso eu disse ao meu amigo no busao lotado, uma moca que estava em pe ao lado dele que era negra me deu o maior sorriso de aprovacao, um outro rapaz amigo dele virou e concordou comigo, e completou o assunto dizendo que se as pessoas se empenhassem mais em cobrar do governo da mesma forma que se empenham em criar animosidade o Brasil teria que construir muros nas fronteiras como os EUA fez no Texas, pois nao dariamos conta de imigrantes indo para o Brasil em busca da terra prometida. Nunca mais esse meu amigo tocou no assunto cabelo e etnia comigo.
Eu nunca me senti tao confortavel com meu cabelo como me sinto desde que me mudei para os EUA. Comprei uma chapinha nova quando cheguei aqui, tive que mudar meus shampoos e cremes, minha cunhada me deu um coconut oil organico que passo no cabelo depois da lavar e assim sigo: uma epoca aliso, na outra uso natural, depois faco cachos com o babyliss e sigo feliz da vida. Nunca mais me perguntei: "How come I don't have a good hair?"
O mais engracado e andar pelo supermercado e ver as mulheres negras olhando o meu cabelo, quando cheguei aqui eu tinha um cabelo longo, na metade das costas, vivia com ele liso, por muitas vezes vi mulheres negras e hispanicas me encarando, quer dizer encarando meu cabelo, algumas mais afoitas chegavam bem perto para olhar porque queriam saber se era meu ou weave... Eu perguntei para o meu marido qual era o problema, e ele me respondeu que elas queriam ver se era natural, meu ou uma weave. Eu gargalhei!
Question: "How come I don't have a good hair?"
Answer: E dificil encontrar uma mulher feliz com a mae natureza. Etnia? Qualquer uma! Quem tem liso quer encaracolado, quem tem crespo quer liso, quem tem castanho quer loiro, quem tem loiro quer ruivo...
haha amei o post...
ReplyDeleteMeu cabelo é bem parecido com seu...é encaracolado. Se eu lavara e passar leave-inn e amassar os cachos ficam como molinhas, se passo um live-inn nele ja quase seco, fica ondulado. Se faço chapinha fica lisérriimo (bem natural). Em fim super versátil, é claro que ele é dependente de hidratação. e nunca tive a sua coragem de radicalizar com escovas progressivas, o maximo que fiz foi relaxar a raiz e selar. Mas hoje sou como vc feliz com ele...Olha se puder me dar dicas de linha de shampoo boa pro cabelo e cremes de hidratação eu agradeceria, estou procurando pra comprar...bjs
Oie Pipa!
ReplyDeleteassisti esse documentário e fiquei shocked de como as afro-americanas gastam muito dinheiro com cabelo, apliques e perucas!
Realmente é um mercado milionário aqui nos EUA...Mas eu vou com os homens: de que vale um cabelo tão caro e a pessoa não pode tocar? rs...
desperdício!rs.
Bjos
Gisley Scott
www.vivendolaforanoseua.blogspot.com
Realmente as negras americanas usam muita peruca e apliques nos cabelos. Uns mais elaborados que os outros. rs... Eu acho que isso é questão de gosto e o que importa é como a pessoa se sente. A gente tem de se sentir bem. Se é com cabelo alisado, alisa. Se é natural, que seja. Bem na linha do que você disse no seu post. Mas as unhas postiças longuíssimas... Ahhhhhhh.... Isso daria um post a parte. hehehe... Beijo
ReplyDelete@Lia eu vou te mandar um email falando sobre shampoo.
ReplyDelete@Gisley sobre nao tocar no cabelo eu conheci muita mulher no Brasil que nao deixava o namorado tocar no cabelo pq tinha feito progressiva ou definitiva. Como os homens disseram no documentario, quem e que quer estragar um cabelo que custou 150,00 pra carteira deles hahaha
@Eli, a questao das unhas posticas gigantes tbm nao curto. Mas, como falei eh a liberdade expresao.
Que dah um post dah e me dah nojo tbm! Fui com o marido pagar uma conta e a atendente tinha uma unha tao longa que mal conseguia digitar. Fiquei me perguntando como e que ela faz quando usa o banheiro??? nojo...
hahahaha... Fiquei sem jeito de falar, mas é nojo também o que me dá. Me passa pela cuca o mesmo pensamento. Eca!
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