Acredito que em algum momento da vida a maioria das pessoas acumula tranqueiras.
Eu aprendi a me desfazer de tranqueiras e não acumular coisas das quais não necessito e cortar o sentimento de “hum talvez eu use isso no futuro” quando em certa época eu tive que me mudar algumas vezes em curto período de tempo e ter que viajar com frequência por causa do meu emprego.
Quando me mudei com meu marido eu fiquei chocada com a quantidade de tranqueira que ele tinha na garagem e no furnace room.
Meu marido adora trabalhar com madeira, ele fez os armários da nossa cozinha, mas esse hobby o faz acumular muita tranqueira na garagem o que me deixa louca.
No furnace room eu achei uma fantasia de cachorro quente que meu enteado mais velho usou quando era criança (dá para acreditar?) e uma árvore de Natal muita brega que me recusei a colocar na sala no último Natal, sem falar numa televisão imensa que está quebrada e um monte de brinquedos que meus enteados deixaram para trás. Não, minha casa não é uma bagunça, somos muito organizados com a casa, mas o que temos na garagem e no furnace room me tira do sério. Nós fizemos um acordo de que nesta primavera nós vamos nos livrar de tudo o que estiver no furnace room e na garagem.
Quando eu assisto alguns programas de TV como hoaders e clean house eu me pergunto como é que pessoas conseguem viver de forma que mal andam pela própria casa de tanta tranqueira... Eu sei que isso acontece no Brasil também, mas esse sentimento de retail therapy e o consumismo alucinado dos americanos os fazem acumular muita tranqueira e comprar coisas das quais nunca vão usar.
Eu fiz uma geral na minha cozinha, e me livrei de muitas coisas, incluindo uma deep fryer, eu não faço fritura não via razão para mantê-la.
Eu gosto de ir a estate sales, e já fiz good deals,mas eu compro aquilo que realmente acredito ser útil, como por exemplo duas side tables Ethan Allen que nós pagamos uma pechincha. Comprar treasures somente pelo prazer de comprar algo e tornar a casa em um depósito de cacarecos é o fim da picada.
Eu mal posso esperar pela primavera e limpar a garagem e o furnace room definitivamente.
Andie, quando mudei pra cá tive o mesmo choque. Meu marido não é handy at all, mas compensa essa inabilidade acumulando presentes, souvenirs de viagem, fotos, cartas, recortes de jornais, coisas da mãe, coisas do pai e até anotações que ele fazia na faculdade. Ele tem no porão 4 caixas só de brinquedos da infância que ele se recusa a jogar fora. Quando mudei para cá eram 9 caixas!!! Já achei canetas enferrujadas que ele ganhou de presente do pai e nunca tirou da caixa, objetos de decoração quebrados e todo tipo de tranqueira quebrada, velha, brega e/ou que não funciona. E as roupas com buracos e esfarrapadas? Fiz doar todas. Mas ele tem essa mania (na verdade, os pais dele também) de guardar as coisas por guardar. Esses dias eu fui jogar fora uma sacolinha colorida onde veio o presente de uma amiga e ele ficou horrorizado porque eu tive a "coragem" de jogar fora a sacola. Uma sacola! Joguei fora mesmo assim. Eu não acumulo nada, detesto coisas acumuladas na casa. Ele melhorou muito, mas nós dois ainda temos padrões muito diferentes a respeito do que deve ser mantido e do que deve ser desfeito. Geralmente eu venço, felizmente. Mas tem coisa que ele se recusa a se desfazer, como as 4 caixas cheias de brinquedos ferrados. Guenta firme aí e boa sorte limpando a garagem e o furnace. Beijo
ReplyDeleteEu penso exatamente assim. Não consigo entender muito bem o jeito americano de deixar uma mesa de jantar na garagem por anos, pois na sala tem uma nova. Na minha casa, a gente não guardava muita coisa e uma vez ao ano, minha mãe fazia aquela faxina. Já meu marido (ele é brasileiro) é do interior e a família guarda tudo, de televisão antiga até fogão e tivemos dificuldade quanto a isso no início do casamento, mas agora entramos num acordo. Aqui nos EUA esse acúmulo de coisas é bem grave mesmo.
ReplyDelete@Eli, menina somos muito parecidas nesse quesito. Guardar sacolas, papel de presente, caixas, etc não é comigo. Eu estou vencendo a batalha sobre as tranqueiras aqui em casa, vamos ver se vou vencer a guerra... lol
ReplyDelete@Lorna Menina não sei se você foi a alguma garagem sale ou estate sale, mas dá para ver o quanto esse povo acumula tranqueira... E isso é tão grave que a tv tem programas exibindo a situação em que as pessoas se colocam. Nunca vou esquecer de uma mulher que se divorciou porque o marido não aguentava mais a bagunça...
ahahahahhahahahahhaha Esse post me fez rir muito. De mim mesma! rs
ReplyDeletePois eu conjugo o verbo EU GUARDO! Eu entendo o seu sentimento de agonia porque eu tambem detestaria conviver num espaco cheio de coisas sem intencao real de uso. Mas voce ja imaginou o mesmo sentimento de agonia em alguem que trabalha com reaproveitamento? Alias, para quem trabalha com isso, que maravilhas se pode fazer com entulhos, ne?
Eu guardo. Guardo, sim! Guardo sacolas de presentes se estao em estado conservado porque consigo economizar algum. Guardo frascos de vidro porque faco molhos de tomate caseiro e sei que eles funcionam muito bem se antes forem devidamente esterilizados. Guardo fotos, cartas, cartoes. Sao recordacoes que eu gosto de tocar e recordar depois. Guardo botoes, revistas velhas, cetim, garrafas charmosas. Mas faco porque sei do prazo em que vou REFAZE-LOS, que vou transforma-los em outra coisa. Porque e' um trabalho que me da' prazer, e' um treino. E tudo tem o seu lugar, armazenado e sem fazer volume. Nao deixo acumular teia de aranha porque quando reservo, ja sei que vou usar logo. O acumulo pelo gosto de acumular, nao e' saudavel como voce mesmo disse, nao mantem o ambiente limpo e junta sujeira. Mas se ha um objetivo e uma organizacao naquilo que se guarda, acho que tudo bem.
Husband tem tres caixas de brinquedo que ele aaamaaaa mas ta tudo na casa do pai em Boston. sousortuda? hehehehhe