Fonte: zazzle.com |
Uma troca de idéias, dicas e informações para quem está vindo morar ou passar uma temporada nos EUA.
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Monday, June 27, 2011
Tuesday, June 14, 2011
Um ato de amor
Fonte: http://www.cressmt.org.br/noticias.jsp?id=721 |
Eu e meu marido estavamos conversando sobre esse caso outro dia, e eu sugeri a adoção, meu marido por já ter trabalhado na vara de infância e juventude fala que a criança deve ser dada ao parente mais próximo. Mas, no meu ponto de vista a criança tinha que ser dada para adoção e pronto. Eu também disse ao meu marido que americano tem uma visão distorcida da adoção. Embora tenha muitos casais que adotaram ou tem planos de adoção nesse país.
Eu sou adotada, eu sei toda a minha história. Minha mãe sempre foi honesta comigo, desde que eu tenho 4 anos de idade.
Eu nunca quis conhecer minha mãe biológica, nunca tive vontade de saber sobre ela, ou como ela é, ou como está. Eu fui criada por uma família que sempre me amou, eu nunca passei por situações em que meus pais me fizessem sentir abaixo dos meus irmãos biológicos, a verdade é que eu fui até muito mais mimada do que os demais por conta de ser caçula, muito mais nova que os outros (minha irmã que vem antes de mim é 15 anos mais velha do que eu, e eu tenho um sobrinho que é 10 meses mais velho do que eu). Minha educação foi a mesma que a dos meus irmãos. No auge da minha rebeldia adolescente o comportamento dos meus pais foi o mesmo como com meus irmãos.
Quando vejo esses casos hediondos contra bebês e crianças eu me revolto e fico me perguntando porque essa criança não foi dada a alguém que iria amá-la, educá-la e prepara-la para o mundo.
E para todos aqueles que veem a adoção como algo ruim, eu deixo aqui alguns casos:
Eu: adotada, feliz, bem resolvida!
Uma das minhas melhores amigas: Adotada, feliz e bem resolvida!
Meu ex-marido: Adotado, feliz e muito bem resolvido com sua adoção!
Outras pessoas que conheço que são adotados: felizes e muito bem resolvidos.
Não nós não fazemos parte de um clube ou uma fundação, simplesmente nos conhecemos em escola, igreja, trabalho...
Algumas pessoas citam casos frustrados de adoção, casos em que crianças não se adaptaram a família, casos que chegam a envolver crimes, e tantas outros acontecimentos negativos. Mas, não podemos esquecer que em famílias onde não há adoções há crimes, frustração e tantos outros casos negativos. Então não podemos medir os casos de adoção nessa perspectiva. Uma criança adotada, na minha opinião de filha adotiva, deve ser tão amada e desejada como um filho biológico.
Nós precisamos proteger as crianças.
Minha última pergunta:
No caso Casey Anthony uma coisa não está clara para mim, se a menina estava desaparecida por 30 dias como é que a avó, o irmão e o pai de Casey Anthony não fizeram uma queixa na polícia?
Friday, June 3, 2011
Cada uma...
Fonte: TV Show I love Lucy http://www.jwrworkings.com |
Isso me faz lembrar a minha mãe, uma mulher que nasceu em 1939, que foi criada para ser Amélia, a mulher de verdade, e que mesmo trabalhando fora, tendo criado 6 filhos (a gang veio em escadinha, e depois de 15 anos daquela que seria a caçula, veio a minha pessoa) ainda tinha tempo de sentar na cama para costurar botão das camisas do meu pai, fazer a barra das calças dele a mão, preparar o café da manhã do galã e no almoço e no jantar fazer o prato do bonito.
Eu achava isso o fim da picada, como podia isso? Fazer o prato? Os homens lá de casa não tiram nem a xícara da mesa, sobra tudo para a mulherada, e eu ficava p#%$& quando via isso. Nunca esqueço o dia em que sai correndo porta a fora para brincar na rua e minha mãe deu um berro daqueles me mandando voltar e limpar a mesa, eu voltei (porque ai se não voltasse...) e disse a minha mãe que eu havia limpado a mesa, e ela me respondeu que meu pai havia almoçado e deixou tudo na mesa. Ai meu sangue ferveu e eu perguntei a ela se o papai não podia limpar a mesa. Sabem o que ela me respondeu? "Você quer limpar a mesa, ou prefere conversar com a cinta? Sim, eu sou do tempo que criar filhos era baseado em duas teorias, a primeira era a palmadas, chineladas ou cintadas. A segunda era usada quando a primeira não funcionava mais, daí era tirado tudo: não podia brincar na rua, não podia assistir televisão, lição de casa + dever extra (todo mundo diz que eu tenho uma caligrafia bonita, mas, o que ninguém sabe é que por trás disso estavam muitos castigos e cadernos de caligrafia, diga-se de passagem que eu era uma criança muito "boazinha").
Mas, voltando ao assunto o que a minha mãe fazia pelo meu pai, eu achava tudo aquilo um absurdo, eu não conseguia ver além daquilo que na minha concepção parecia trabalho forçado. Na verdade não era, isso era um gesto de carinho, minha mãe é independente de mais para se submeter ao que eu achava ser submissão. Minha mãe desafiou meu pai quando ele disse a ela que mulher dele tinha que ficar em casa e cuidar dos filhos, ela disse a ele que continuaria trabalhando porque ela tinha as ambições dela, ela queria construir a casa dos sonhos dela, do jeito dela, e ela a fez. Ela queria ver os filhos tendo melhores oportunidades na vida, e ela o fez! Então, tudo aquilo que ela fazia para meu pai não era submissão, nem questão de ser Amélia, era a maneira dela de expressar o amor e o carinho que sentia por ele.
Hoje que estou casada e que posso ouvir os conselhos da minha mãe sem a pedra do julgamento nas minhas mãos, eu posso enxergar melhor e posso fazer melhor pela família que estou formando agora.
Eu e meu marido somos casados pela segunda vez, e eu decidi fazer diferente dessa vez, decidi ser mais como minha mãe, mas, faço pelo carinho e pelo amor que sinto por ele. Não faço nada obrigada e fui honesta com meu marido disse a ele que não pensasse que o que eu faço ele tomasse como minha obrigação, e sendo meu marido um homem compreensivo e muito carinhoso, alguns dias ele simplesmente diz que é o dia dele de cuidar de mim. Eu posso dizer que a vida é muito melhor hoje do que alguns anos atrás.
Agradeço a minha mãe que sempre foi a Amélia, a mulher de verdade.